sexta-feira, 11 de junho de 2010


Página extraida do site: www.sbtvp.com.br
Artigo da Regina camilo, achei lindo e resolvi dividir com vcs.


Conta a história que numa colônia em outra dimensão encontravam-se várias pessoas a observarem as inúmeras embarcações que navegavam pelo espaço. Essas embarcações levavam seus tripulantes para viagens interplanetárias com oobjetivo da educação para a vida.
O pequeno grupo observador, de olhos a brilhar frente a tanta movimentação e entusiasmo, pediu ao orientador que os deixassem fazer uma viagem também. O orientador por sua vez, compassivo e de olhar terno e sábio, perguntou por qual razão tinham esse desejo. O silêncio do grupo, atônito, falou mais alto ao coração do educador, que ao menos se reunisse e buscasse esta resposta. Após inúmeros questionamentos, os membros do grupo chegam a conclusão de que muitas eram as lições as quais ainda tinham que aprender. Perceberam, no interior de cada um, que ainda não haviam aprendido a perdoar, a respeitar, a amar, a resignar-se frente à vida, a não ter orgulho, vaidade, inveja, raiva...E tantas outras lições. Voltando o grupo ao orientador e expressando com sinceridade seus desejos, o mestre concordou. Frente às necessidades observadas, aconselhou-os uma viagem ao planeta Terra. Com uma recomendação: como todo viajante, havia a necessidade de arrumar as malas; afinal ficariam por um bom tempo. O necessário à aprendizagem. Pediu ao grupo que ao arrumar suas malas deveria colocar apenas o necessário e deixar espaço para guardar as riquezas da Terra a ser explorada. O grupo, entusiasmado, tratou de providenciar logo o pedido do orientador. Antes da partida o orientador alertou a todos que estes só poderiam retornar com uma mala especial, que chamou de mala existencial. Disse: "vocês jamais poderão abandoná-la e só serão aceitos de retorno ao lar portando as mesmas". Num desejo de boa sorte, saudou a todos afetuosamente, oferecendo ósculos de luzes que eram emanados de seu peito. Envolvidos na tênue suavidade daquele momento, partiram em viagem rumo ao planeta Terra. O grupo havia feito muitos planos e traçado inúmeras metas que lhes assegurariam aprendizagens significativas. A alegria era intensa. Depois de longo percurso aporta grande embarcação no planeta Terra. Ao chegar a perplexidade foi geral. Ficaram encantados com o mundo da matéria mais densa e cheios de sensações infindáveis. Saíram num impulso, seguindo por terra a fora o caminho que desejaram. Pena! Parece que o grupo esqueceu de todos os planos combinados. Cada um seguiu seu livre arbítrio, caminhando pelas sucessivas histórias da humanidade. Alguns foram para o Egito antigo, outros para a civilização asteca, outros para Astúrias e assim por diante. Ficaram embevecidos pelo mundo dos prazeres; esqueceram ainda mais seus valores e foram, nas sucessivas reencarnações guardando em suas malas tudo aquilo que desejaram. De taças de outro cravejadas de pedras preciosas, utilizadas em rituais de sacrifícios a túnicas e grandes pedras da Grécia e dos Maias. Tinham a liberdade de guardarem em suas malas aquilo que desejassem. E assim o fizeram. Esqueceram, contudo, das orientações com relação às leis de causa e efeito. Foi então que se deu o caos. Após muitas experiências de vida após vida, chega o tempo de despertar. Para tal, o grande Cosmo utilizou-se da didática da dor. O mundo maior, em amor, permite a todos os viajantes pelo Universo Sideral na busca da cura da alma através da evolução. Porém, tem-se observado que, na maioria, os tripulantes das embarcações, ao chegarem em seus destinos, esquecem seus compromissos e acabam criando dificuldades ainda maiores. Assim é que, com ternura, o Mestre de todos os tempos vem lançar sobre seus educandos as lições da dor e do amor. Deixa a eles a opção de escolher. E então eu vos pergunto: quantos de nós não chegamos até aqui por essas embarcações? Soube de fonte segura que elas não param de navegar. Chegam trazendo novos alunos e partem levando tantos outros. Muitos voltam aborrecidos para cá, contando-nos que de volta para casa, nada encontraram em suas malas, a não ser uma série de coisas que não lhes faziam sentido. Não fazia sentido guardar tanta raiva, desejo de vingança, ódio, inveja, cobiça e tantas outras coisas desnecessárias. O que mais me deixa intrigada é que, no fundo, todos nós sabemos o que deveríamos e o que não deveríamos guardar em nossa mala existencial. Teimamos em errar e retornamos sempre para aprender as mesmas lições. Lições as quais negligenciamos e, mesmo sofrendo, continuamos na indiferença de nós mesmos. Quanto tempo mais teremos que repetir as mesmas séries escolares, para resolvermos, de uma vez por todas, empenharmo-nos em nossas tarefas? Por quanto tempo mais deixaremos nossos olhos fechados e a mente atrofiada às nossas necessidades? Em nossas jornadas vemos tantos registros a nos sinalizarem os erros de outrora. Em grande maioria já estamos cansados de sofrer. Nossas malas andam abarrotadas e tão cheias de coisas desnecessárias que, muitas vezes, não aguentamos carregá-las mais. Quantos de nós já não paramos na estrada chorando amarguras por não suportar o fardo que acumulamos para nós mesmos? Fomos apenas guardando e guardando...Agora ou empurramos nossa mala existencial ou sentamos sobre ela e choramos o tempo perdido. Contam que os orientadores das outras dimensões sempre tentam amparar seus alunos através da sintonia, porém, grande parte permanece envolvido consigo mesmo, sem ouvidos para ninguém, a não ser para seus próprios tormentos, que crescem feito bola de neve numa vida de verão. É certo que chegou o tempo de mergulharmos em nosso interior e enfrentarmos nosso maior inimigo. Ou seja, nós mesmos e nossas más tendências. Você já se perguntou ou analisou o que tem guardado em sua consciência ou em sua mala existencial? Se nossos professores nos permitissem voltar para casa ainda hoje, será que estaríamos preparados? Teríamos em nossa bagagem o necessário para esse retorno? Retorno? Será que já compreendemos esse ir e vir para casa? Ou fizemos desta escola chamada Terra a única opção de vida? Seria a Terra frente ao Universo Sideral, nossa única morada? O que fizemos com a história de nós mesmos? Teríamos arrancado páginas do nosso livro da vida? São tantas perguntas as quais já encontramos respostas; só nos falta a coragem de assumir a verdade; abrir nossas malas e retirar de dentro dela aquilo que nos faz sofrer. Aprender de fato a resignação frente à vida é lição urgente para todos e lembrar, como dizia um velho e sábio Capitão: "É preciso aprender a transformar problemas em oportunidades". E a história continua... contudo, as próximas páginas serão escritas pelo personagem principal deste enredo: você. Boa viagem!

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